Cirurgia Robótica: Mitos e Verdades
Há mais de 10 anos a cirurgia robótica por vídeo tornou-se uma realidade no mundo. Apesar da cirurgia com auxílio do robô estar engatinhando no Brasil devido aos custos associados com o procedimento, em países como os Estados Unidos da Amrérica e alguns da Europa mais de 90% das cirurgias de retirada de próstata por tumor maligno (prostatectomia radical) já são realizadas com essa técnica.
Mitos e paradigmas em torno do procedimento surgiram e discussões calorosas persistem na literatura e em congressos internacionais. Isso porquê a cirurgia aberta para câncer de próstata ainda é muito eficiente em debelar o tumor, conferindo ao paciente alta taxas de cura. No entanto, os defensores da cirurgia robótica atestam que a preservação da funçao erétil (potência sexual) e da continência urinária (controle da micção) é melhor com a técnica robótica. Apesar de estudos prospectivos bem desenhados não existirem na literatura médica comparando as duas técnicas, quem já empregou com frequência as mesmas tem essa sensação clínica. De qualquer modo, a principal cirurgia urológica na qual o robô parece oferecer vantagens sobre a por vídeo pura ou aberta é na de próstata. Esse benefício não é tão aparente para cirurgias renais.
Mas e o custo? Sim, isso pode vir a ser um problema. Nenhum convênio de nosso país cobre o uso do robô. Entretanto, por lei, todo convênio cobre a cirurgia radical de próstata por vídeolaparoscopia, e se o paciente tiver acesso por meio de seu plano de convênio a um hospital no qual existe o robô, ele pode pagar apenas a diferença para o uso desse. Não cobre todo o custo, mas alivia financeiramente quem já está em uma situação delicada.
Por fim, sempre nos perguntam: “O robô opera sozinho?” A resposta é simples: Não. O robô apenas faz movimentos que o cirurgião coordena. E este deve ser habilitado e ter treinamento específico em cirurgia robótica, o que nos dias de hoje tem que ser feito for a do Brasil.